sexta-feira, 30 de abril de 2021

Indicação: O último rei da Escócia (filme)


O último Rei da Escócia (The Last King of Scotland) é um filme de 2006. Inspirado em fatos reais e dirigido por Kevin MacDonald, seu roteiro se baseou no romance de mesmo nome criado por Giles Foden. O filme se passa em algum ponto do período compreendido de 1971 a 1979, durante o qual o presidente e ditador Idi Amin Dada governou Uganda.

A personagem Idi Amin, vivida pelo ator Forest Whitaker, premiado com o Oscar por sua atuação, ainda que dê uma boa medida do modus operandi do presidente ditador, não é a de referência do filme, mas, sim, a personagem do jovem médico escocês Nicholas Garrigan, interpretado pelo ator James McAvoy. Não se sabe ao certo se Nicholas realmente existiu, mas ele é a personagem sob cujo ângulo o filme se desenvolve.

Buscando fugir de um contexto em que sua vida é dominada por decisões de sua família (principalmente do pai), Nicholas toma uma decisão radical: iniciar sua carreira na medicina em Uganda, um País com péssimas condições sanitárias. Apesar do nobre objetivo de ajudar pessoas em condições de vida sofríveis, Nicholas, médico recém-formado, parece considerar sua vivência na África como algo divertido, uma espécie de alegre aventura.
 
Chegando ao seu local de trabalho e nova vida, o médico se apresenta a um casal que vive em Uganda há anos, prestando cuidados médicos a ugandenses muito pobres no interior do País. Rapidamente, Nicholas Garrigan se entrosa com a população local, não demonstrando preconceito em relação aos nativos.
 
Um dia, em um local não muito distante de onde Nicolas vive e trabalha, o presidente de Uganda Idi Amin Dada atropela um animal e o acidente lesiona a mão. Conduzido até Idi Amin para cuidar da lesão, o médico cai na simpatia do ditador que, aliás, se comunica de modo alegre com os nativos presentes, tentando se mostrar simpático.
 
Idi Amin Dada é fã da Escócia e essa predileção o leva a convidar Nicholas Garrigan para trabalhar diretamente com ele, na capital de Uganda. Encantado com as condições de trabalho a ele concedidas pelo presidente e considerando sua situação uma nova e boa aventura, Nicolas aceita a proposta de trabalho, tornando-se uma das personalidades mais próximas de Amin. Doravante, fatos pouco usuais ocorrerão, como por exemplo, o presidente ordenar que Nicholas o represente em reuniões de estado não relacionadas à medicina.
 
A passagem do tempo, a interlocução com diversas personagens que orbitam ao redor do presidente e a observação do que ocorre em Uganda levam Nicholas a perceber a realidade, quem realmente é o ditador-presidente e como ele opera. Sua situação deixa de ser por ele percebida como aprazível para se tornar algo do qual ele deve fugir. Para complicar, Nicholas se envolve com uma das esposas do ditador, Kay Amin, representada pela atriz Kerry Washington. O filme, doravante, evolui em um crescendo até o desenlace.
 
O último rei da Escócia é um bom filme, com destaque para as atuações de seus atores, inclusive aqueles com pequenas participações, e dos cenários, que parecem reproduzir a Uganda dos tempos de Idi Amin Dada. S
ob o prisma dos estudiosos do Direito Internacional Público, o filme enseja a reflexão  sobre o processo de colonização africano e suas consequências (Uganda foi colônia britânica), bem como sobre os caminhos que podem levar um oficial das Forças Armadas a ocupar o poder, tornando-se algoz do seu próprio povo e deixando em seu caminho muitas vítimas.
 
Sobre Uganda
 
Uganda foi uma ex-colônia britânica que, em 1962, conquistou sua independência.
 
A partir da independência, o País passou por várias ditaduras, com destaque para a de Idi Amin Dada, presidente de 1971 a 1979, período ao longo do qual milhares de ugandenses foram assinados.  
 
Após seu governo trágico para o País, Idi Amin exilou-se durante 24 na Arábia Saudita, em Jidá, vindo a falecer em 2003.
 
Veja também

O último rei da Escócia (trailer)

Uganda | Tudo Sobre | G1 (globo.com)